terça-feira, março 25, 2008

"Era Segredo"

Mentira!
Ninguém escreve pra ser segredo. Ninguém escreve
sem ter o objetivo
de ser lido.
Escreve-se para que os outros leiam
Escreve-se porque não se grita
Porque não se chora, porque não se espanca
Escreve-se porque não se mata

Escreve-se, principalmente, por querer que os outros leiam
E que alguém, dentre toda uma audiência anônima
Entenda, e diga
“Sim... é assim mesmo. Eu sei”
Se não se mostra
É por ter medo de que essa pessoa
A pessoa que vai entender
Não apareça
Não leia
Medo de que ninguém entenda
E acabe com a única esperança que ainda restava...
Por isso você vai me perdoar, mas eu leio
Eu mecho no que estava escondido
Porque eu quero entender...
Eu preciso entender, pra tentar saber
Quando foi que isso aconteceu?
Quando foi que perdemos a esperança,
O sonho, a confiança?
(Em qual beijo foi?
Em qual decepção?
Em qual abraço frio?
Em qual noite de solidão?)
Leio pra tentar entender quando e como foi
E
Principalmente
Pra tentar descobrir

Como é que se faz a troca

*Este vai especialmente pra Ana, das visitas semanais

domingo, dezembro 02, 2007

Na varanda

Se eu soubesse desenhar
faria você agora
sua silhueta contra os prédios
seu cigarro na mão
seu cabelo espetado
seu tronco contra as grades da varanda
E quando um carro passa na rua
ele ilumina seu rosto
triste
e você não sabe, mas eu vi
de relance
o brilho daquela única lágrima.

Então, já que não sei desenhar
faço esse poema
só pra que você saiba que
alguém viu.
alguém se importa.
e alguém esteve com você.

terça-feira, outubro 16, 2007

...

Resolvi escrever e
não sei porquê.
Espero e espero
não sei pelo quê.
Ao lado de um telefone
que não vai tocar.
Querendo uma mensagem
que não vai chegar.
Te dando um poder
que você não tem.
Planejando uma visita
que não vou fazer.
Sofrendo por algo
que a vida não me deu:
Chorando por um pai
que não é o meu...

segunda-feira, outubro 01, 2007

Ficção

Nosso amor não foi feito do que se vive
Foi, mais, feito da nossa imaginação
Tudo que não vivemos, que não passamos
Os jantares que não jantamos
As mentiras em que acreditamos
E as verdades que inventamos.
Mas mesmo com tanta ficção, que ninguém diga
que nós não nos amamos.

sábado, agosto 18, 2007

Ciranda

dão as mãos em "x"
relembrando a infância
e começam a girar
cada vez mais rápido e rápido e rápido
giram mulheres
giram garotas
giram meninas
giram, e giram
pra que a tontura
a velocidade
o vento
as faça esquecer
esquecer do canalha
esquecer do casado
esquecer do poeta
esquecer do chão
esquecer de tudo
esquecer que o mundo existe
e que elas foram enganadas
porque ele não é como nos filmes
sempre com final feliz.
Elas giram
e esquecem
e são felizes,
por cinco segundos,
completamente felizes.
Até que o equilibrio se vai
elas se lembram do chão
caem
sentam
e riem.
Riem, porque não podem chorar.
Riem, porque o mundo é terrível
mas por cinco miseráveis
e incontáveis segundos
elas ganharam
e foram felizes
e esqueceram.

domingo, agosto 12, 2007

De novo

Basta apagar a luz
e deitar na cama
que você está lá
comigo.
- Mentira.
Já estava lá antes.
Passou o dia todo esperando
e o dia todo eu o ignorei.
Mas agora, quando me deito
é a sua voz, seu cheiro,
seus braços, seu gosto
tudo.
E eu viro pro lado da cama
onde você dormia
e mantenho diálogos imaginários
e quase posso ver seu rosto
que não está aqui.

Mas ah, meu querido, eu espero
e espero
e espero
ansiosamente
conformadamente
pelo dia em que, de tanto imaginar,
seu fantasma vai tomar forma
bem ao meu lado.
E quando eu lhe falar
ele vai me responder,
me dar um beijo de boa noite,
me abraçar
e dormir.

E aí, saberei
que eu não preciso mais acordar.

segunda-feira, julho 23, 2007

Em algum lugar

Um pufe amarelo
Uma sala bagunçada
Uma cabeleira castanha
Soltando bolhas de sabão
Num domingo a noite,
numa casa vazia.

Uma banheira cheia
Um vidro embaçado
Um cabelo rente
Neve caindo lá fora
E aqui dentro, saudades
numa casa vazia.

Uma cozinha enorme
Azulejos impecáveis
Cabeça nos braços,
braços na mesa.
Soluços incontroláveis
numa casa vazia.

Instantâneos distantes de
momentos femininos
totalmente disperdiçados
inúteis
e sozinhos...

quarta-feira, julho 18, 2007

Abgrund entlang

Cada vez mais perto
Da beirada do abismo.
Já a vejo em minha frente.

Tiro de mim, primeiro, o amor
já que ele não me servirá mais.
já que ele não nos serve mais.
e ficam no chão nossos erros.

Dou um passo a frente
Cada vez mais perto
Da beirada do abismo.

Depois, me despojo da razão
e o alcool, cigarro e a loucura
invadem minha dor, me alucinam
perdida nas areias secas.

Outro passo a frente
Já vejo, tão perto...
a beirada do abismo.

Agora é a dor que fica
estendida ao relento
Nem dela eu preciso mais.
Já não funciona o seu alento.

Outro passo adiante
Ela vem chegando.
A beirada do abismo.

Busco em mim a resolução
pra isso, deixo a esperança.
Tão tolinha ela... melhor que fique.
Aonde eu vou, não cabem os sonhos.

Sempre em frente, sempre
cada vez mais perto
de que? Abismo.

Saem minhas crenças...
e vou me tornando aos poucos
algo monstro, algo crime
espelho dos meus defeitos.

Cada vez mais perto
de ficar frente a frente
de mim mesma, no abismo...

Quem eu sou? Já não sei
deixei a mim mesma
- ou os restos de quem eu era
pois já não me vejo mais.

Já quase chegando
tão infimamente perto
da beirada do abismo...

Mas na hora de deixar pra trás
as lembranças do passado
que são tudo que tenho,
que ainda guardo com carinho...

Eu reluto.

E, no instante em que reluto,
ouço uma voz de longe
vinda da direção da estrada
e que há muito eu não escutava:


"Não deixa ela cair... não deixa ela cair..."


Os olhos abrem de novo
e me vejo cara a cara
com a beirada do abismo.

Já não posso voltar pra estrada
e o que deixei no caminho
é irrecuperavel. Inestimável.
Não voltarei a ser o que era.

Só eu e o abismo
ele pisca, eu respondo.
não posso ir nem voltar.

Tomo então um novo rumo.
Eu vou, mas não na estrada.
Serei eu de novo, sem saber quem sou.
Mas isso eu nunca soube mesmo.

Seguirei, apreciando a vista
só eu e minhas memórias
lado a lado... com o abismo.


Abgrund entlang = "junto ao abismo, ao lado do abismo" "along abyss"

quinta-feira, julho 05, 2007

Mentirosa

Eu minto pro meu estômago
quando finjo que é leite
o refrigerante de ontem que tomo
as sete horas da manhã
e quando finjo que é arroz
feijão, carne e batata
o pão com mortadela no almoço
e no jantar
e no lanche

Eu minto pros meus olhos
quando finjo que não é o grau
dos meus óculos que precisa aumentar.
É o letreiro do ônibus que
de repente está
escrito em fonte menor.

Eu minto pros meus pés
quando finjo serem confortáveis
os sapatinhos sociais obrigatórios
que - eu digo - não machucam
não fazem bolhas
e são o meu número.

Eu minto pro meu cabelo
quando digo à ele que não é
por causa da moda que ele
é constantemente alisado
colorido
maltratado.
Mas é que liso é tão
mais fácil de cuidar!

Eu minto pro sistema imunológico
e tento convencê-lo
de que não estou ficando doente
de que o banho frio
causado pela falta de gás
não é tão ruim assim
e deve até
fazer bem pra pele.

Eu minto pra todos esses.
E não sei se eles acreditam.

Eu minto também pro meu coração
quando lhe obrigo a aceitar outro
quando lhe digo que não há mais nada
quando finjo que não vejo dentro dele
e quando repito, dia e noite
ao acordar,
ao ir dormir,
que está tudo bem.

Mas este...
Este eu tenho certeza que não acredita.

domingo, julho 01, 2007

Imensidões II

Vai, me diz quem você é?
Gosto de cereja e café.
E do que mais que tu gosta?
Vou ganhar a nossa aposta.
Ah é? Você vai ver.
Me conta da tua casa...
Por que imaginação tem asa?
Vista bonita assim não tem.
Vamos para a praia?
Vamos almoçar?
Tem uma peça legal
lá no Municipal.
Sai do trabalho e vem!
Quero te ver também.
Vamos ficar falando besteira
e vendo a vida passar.
Hoje, minha imensidão é mar.

quarta-feira, junho 27, 2007

Imensidões

Deserto.
Minha imensidão é o deserto.
Minha imensidão não é o mar
não é azul, não é de amor.
Minha imensidão é vermelha.
é sozinha.
é só minha.
Mar e deserto parecem
os dois lados da mesma moeda,
mas o que o oceano acalenta
o deserto desespera.
A solidão do mar não é sozinha
pois as ondas sussuram conosco
Mas no deserto, só quem fala
é a areia, o sol, o osso.
O mar tem a paisagem,
o pôr do sol,
os pássaros,
as conchas.
O deserto não tem nada.
O deserto só tem
você.
Por isso o deserto assusta mais.
Por isso os dias no deserto
são loucura
delírio
castigo.
Porque, no deserto,
a imensidão não de areia
o abismo não é de pedra
a maluquice não é o vento.
o castigo não é o sol.

No deserto...
a imensidão é você.
o abismo é você.
o louco é você.
o castigo é estar com você
e tentar
sempre andar
e chegar
a algum lugar
são...
e salvo.
















ps: 100ª postagem no caderninho. Uau, que honra.
pps: foto do deserto do Atacama, tirada pela Leila, e poema escrito por idéia dela /leila_liberty

quinta-feira, junho 21, 2007

Arpoador

Nas areias do Arpoador
escrevi seu nome, a sonhar.

Mas as águas que o levaram
nunca irão me perdoar.


Tivesse eu escrito na pedra

e o nosso amor poderia durar...


Deixei nas areias a minha letra.
Seu nome, meu nome, e um coração.
Mas veio uma onda, sem pressa

E levou nós dois para a escuridão.


Tivesse eu escrito na pedra

e o nosso amor poderia durar...


As areias ficaram vazias

sinto o frio da minha solidão.

Queria só que o mar me engolisse

sem esperança ou recordação.


Tivesse eu escrito na pedra

e o nosso amor poderia durar...


Pelas areias o vento sopra

as ondas não param de quebrar.

Sinto que querem me dar um conselho

mas eu não o quero aceitar.


Tivesse eu escrito na pedra

e o nosso amor poderia durar...

Nas areias desenhei seu nome
mas o mar o fez se apagar.

Escuto o que o vento me diz:

vai passar, vai passar...


Tivesse eu escrito na pedra.


sábado, junho 09, 2007

próximo

eu era uma mulher de um homem só

(era
fui
pretérito perfeito
da pqp)

mas você decidiu que não mais

(deliberadamente
inadvertidamente
terrivelmente
mentirosamente)

então ficarei aqui esperando

(sentando
levantando
cantando
cansando)

até que você veja que sou eu

(eu
ela
quem?
ninguém)

a mulher da sua vida

(vivida
sofrida
curtida
ferida)

mas enquanto a hora não chega

(chega
chega
chega!
chegará)

o negócio é seguir o mandamento

(invento
alimento
o próprio
tormento)

"ame o próximo"

(o próximo
o ponto
ponto
final.)

terça-feira, maio 01, 2007

Poema de Verão

Essa menina que passa
Com o olhar de outono
Vira os olhos da praça
Mas seu coração já tem dono

Essa menina que, linda,
Espera um abraço no inverno
Ela só faz sabe e faz saber
Que seu lindo amor é eterno

Essa menina que senta
Com jeito de primavera
Perde a cabeça ao pensar
Nesse amor que a espera

Menina que vejo parada
Com um sorriso que me lembra o verão
Já está enamorada
Vê-se em seu coração...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Quietinho

Eu gosto da solidão, porque gosto de ouvir alguém chegar...
Passaos tímidos de grandes corações...
Pensam que estou triste, e vem para me animar...

Gosto de ouvir suas vozes preocupadas
Gosto de ver seus risos enfeitados de timidez
Gosto quando sentam-se do meu lado
E, curiosas, dizem baixo: "mostra o poema que você fez.."

Gosto assim, quando os olhares se cruzam
E rapidamente se entendem e olham para o céu
Gosto quando sabem dos amores
Que eu crio e que brotam no papel...

Mas existem também os dias cinzas de solidão
Dias que nunca acabam, e acabam com o coração
Em dias como esse, eu me ponho a escrever
Porque sei que nesses dias
Você não vai aparecer...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Cantinho Semi-Particular

Me procurem onde reina a solidão
Onde o silêncio só é quebrado por um canto tímido
E pela chegada e saida dos monstros urbanos
Que com sua presença fazem calar
E que vão embora sem demorar

O céu de pombos
O chão das arvores e mirmecólogos
O lugar é tão cheio
Que chega a ficar vazio
Por horas inteiras, à fio

Minha amiga solidão
Grande amiga solidão
Afugentada por um belo coração
Me faz sorrir e pensar
Na bobeira desse, vulgo, qualquer lugar
E dar-lhe tão nobre titulo
De semi-particular

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Eu ando, paro, e desapareço.
Eu escuto, olho, e depois me calo.
Eu sento, penso, entao escrevo
O dia, hoje, está muito claro

quarta-feira, dezembro 06, 2006

História

- O que você está fazendo aqui? - Perguntou ela para o menino sentado na beira daquela colina -

Ele a olha e sorri, volta a olhar o céu.

Sem entender, ela se senta no chão, ao lado dele. Não sabe o que é mais intrigante: Se o lugar, se o silêncio, se a tarde, se o céu, se o isolamento... ou se aquele garoto, sentado naquele lugar, naquele silêncio, aquela tarde, vendo aquele céu... isolado...

- O que você está fazendo ai? Você está triste?

Ele sorri.

- Triste? porque eu estaria triste?

- Ah, não sei. - Diz ela, rindo, sem entender muita coisa - Você sentado ai... o que você tá fazendo?

- Oras, estou vendo o céu...

- Eu acho que você está triste. Me fala, o que aconteceu?

Ele riu outra vez.

- Nada!...

E deita na grama...

A garota da uma risada, que menino estranho! sentado aqui... Ela olha pra tras e não vê ninguém...

- Posso ficar aqui com você?

Ele a olha com uma cara de espanto... tentando esconder uma pontinha de felicidade

- Pode...

Ele tenta não olha-la, porque faz isso? pouca gente saberia o porque... ele riu de novo, dessa vez de si mesmo, ele já sabe o que vai acontecer

Os dois ficam lá por bastante tempo... só faltou uma coisa... uma...

Ela levanta e diz:

- Vamos voltar...

Ele não responde. Ela também se cala.

- Você vai ficar ai? eu tô indo embora...

- Tá... vai lá... - Diz ele, um pouco decepcionado -

Ambos um pouco decepcionados, ela vai embora, ele continua lá...

Finalmente o Sol se põe, o vermelho do céu contrasta com a insignificancia de uma pessoa sentada na beira da colina, que olha ao redor, e não vê ninguém. Uma lágrima ele seca, uma cai no chão... e uma refletiu a luz do Sol, foi a que percorreu seu rosto... e que parou em seu sorriso.

Ele deita no chão, e espera pelas estrelas...

Essa história não tem moral nenhuma.

... Mas que as vezes faz falta um abraço... ah, isso faz...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Mulher

Procura-se uma Mulher

Que saiba ser uma mulher
Que olhe como olha uma mulher
Que fale como fala uma mulher
Que queira como quer uma mulher

Procura-se uma mulher
Que deseje como deseja uma mulher
Que provoque como provoca uma mulher
Que saiba como sabe uma mulher
Que se apaixone, como se apaixona uma mulher

Que duvide, que precise, que se deixe precisar
Que seja forte sem deixar de ser mulher

Precisa-se de uma paixão para esquentar uma vida
Precisa-se de um amor para mante-la

Não existem mais crianças ingênuas
Nem garotas indecisas
Existe a coragem de enfrentar uma pessoa

Não existe o medo de ser feliz
Não existe o medo de sofrer
Não existe o por um tris
Não existe se esconder

Existe uma mulher
Que não tem medo de ser feliz

Chama com seu jeito de mulher
Beija com beijo de mulher
Ama como ama uma mulher
Sonha como sonha uma mulher
Você não é mais criança

Pede com seu jeito de mulher
E terá tudo o que você quer
E enquanto se esconder atras desse medo...
O dia terminará cada vez mais cedo

E a noite...
A noite é uma criança...

E eu quero uma Mulher

sábado, novembro 04, 2006

Meu mundo inteiro se desfez
Das paisagens, as cores escorriam
E todos eles, um por vez
Um a um meus sonhos morriam

Eu parei de seguir meu destino
O destino que cedo ou tarde irá chegar
Agora eu cresci, não sou menino
Nem sou mais tolo de acreditar

sexta-feira, novembro 03, 2006

Justo

Quando meu primeiro amor
Teve que se tornar
Uma sombra do meu passado
Eu abdiquei do coração
Eu corei e menti
Meu peito eu fechei
E de um mundo, eu fugi

Eu tive um segundo amor
Que foi de medo e coragem
De e odio e perdão
Quando dele eu fui salvo
Por um ano eu morri
Abdiquei do passado
Levantei e sorri

Sem certeza e sem vida
Amei outra vez
Sem certeza e sem vida ela era
Mas uma grande amizade sem fez
Sem trilha eu fiquei, sem teto tambem
E então, das pessoas, eu abdiquei

Uma semente então se plantou
E meu peito se fez luz outra vez
Uma luz estranha de amor
Que se quer pude ver para crer
Mas essa luz enfim se apagou
Não era nada que eu pudesse fazer

A semente então se fez flor
Porque eu quis deixa-la crescer
Eu ainda tinha esperança no amor
Mas a esperança se fez padecer
As esperanças me eram palavras
Como sempre então duvidei
E se eles eram tão pobres e fracos
Dos meu sonhos eu abdiquei

É só uma vida, é só um mundo
São só pessoas, só palavras
Sem motivos e sem importancias
Reergui minha alma
Porque era um amor
E porque era um amor
Quando tudo foi abaixo
Abdiquei das palavras
Obscuras e baixas
Desisti então
De tentar

Talvez as coisas sejam assim

Às vezes a gente sonha
Às vezes a gente ama
Às vezes, quando a gente acorda
A gente cai da cama

Às vezes a gente corta o dedo
E às vezes nunca mais volta
Às vezes a gente gasta muito
E a caba estourando a conta

Talvez as coisas sejam assim
Um beijo pra você, e um tapa pra mim
Talvez as coisas sejam assim
Talvez você não saiba o que diz
Quando me diz sim

Conselho

Fui seguindo o que achava direito
Sem nenhuma luz no coração
Com um espaço vazio no meu peito
Agora livre de qualquer emoção

Ignorei de vez minha carencia
Me esquivei de toda e qualquer luz
Enterrei viva a consiencia
Demarquei o lugar com minha cruz

Meus olhos hoje emanam frieza
E o meu corpo já não sente mais dor
A minha face não encontra tristeza
E minha boca não distingue sabor

Caminhar não me faz diferença
O meu passo contrasta com o verde da grama
O sol não me faz diferença
Não me queima, não arde e não chama

Amor te muda
Chega o destino
Sempre alheio
Como cobra, e como zomba

A essa altura
Eu sou menino
Que seguiu um conselho
E foi pela sombra

Sua alma não tem musica,
Sua musica não tem palavras

Palavras são sentimentos,
E na sua musica eu não sinto nada.

Artigo

O Marte: o planeta, o vermelho, o deus da guerra
Amar-te: um espelho, a silhueta que me prende a terra

O Mar é: um horizonte, infinito... pra guardar, relembrar e esquecer
A Maré: brincadeira da lua, que cresce e te leva sem perceber

Navegar: O mar
Se perder: Amar

A solidão me abandonou

A solidão me abandonou
Quando eu mais precisei
Se eu voltar ao meu caminho
Posso procurar sozinho
Tudo o que eu não encontrei

Aquela chuva então parou
Eu me rendi e me sequei
Eu vi um passarinho
Calado deixou seu ninho
A seu exemplo eu não cantei

Aquela noite clareou
Tentei andar, não consegui
O sol no céu não se escondeu
Nenhum arcanjo apareceu
Por isso eu não me perdi

Idealizado

Comigo é sempre assim
Eu chego em casa e apago a luz
Aí me vem a inspiração
Nem da vida nem do amor
Minha luz vem da escuridão
O breu não é tão vasto
Quanto um fundo infinito
É bem mais aconchegante
Assustador
E mais bonito
O coração dispara, a escuridão me acolhe
A presença do infinito me completa
Feche os olhos
Não demore,
Também não deixe a porta aberta
O silencio não tem fim
E eu imagino o seu olhar
Você estão tão preto de mim
Posso te ver e te tocar
Aqui no meu mundo perfeito
Não há medo ou ilusão
Você pensa estar voando
E na verdade está no chão
Entre jogos e sorrisos
Você tem que confiar
Como ninguém está te olhando
Você pode até voar
Um recanto fugitivo
Da preguiça de vocês
Onde tudo é permitido
Até que façam novas leis
De onde eu volto relaxado
Volto firme e sonhador
Do meu mundo idealizado
Com carinho
E com amor

Nada mudou

Antes de você chegar
Minha vida era muito vazia
Eu nunca amava, meu olho chorava
E meu coração batia

Um mundo cinza e agridoce
Como a melancolia
Meu grito calado, era tudo gelado
E eu nunca seguia

Você chegou
E a luz da sala acendeu
Como um anjo que ri, quando eu te vi
Meu coração forte bateu

Eu me enchi de esperanças
Refiz o acabado
Eu estava contente, te esbocei um presente
E segui do teu lado

Mas nós nos machucamos
Num aprendizado inconseqüente
Bloqueei as estradas, finji não ser nada
E segui então em frente

Agora que você foi embora
Queria que soubesse que foi tudo verdade
Pretendo mesmo ir embora, meu olho já não chora
Mas meu coração ainda bate

Um poema sobre poemas
Sobre a falta de ação de um menino morto

Um rio cheio de problemas
Tentando comparar um coração e um porto

Soneto

Escrevo enquanto espero
Espero porque fui furtado
Furtado de verdade por ocasião da mentir
Escrevo porque fui descuidado

Ele ia guardado
Até meados de abril
Então se fez meu fado
Meu tesouro sumiu

E agora, que ei de fazer
Esperar
E meu tesouro, nunca mais o terei

Vou ter que viver
E vou ter que andar
Consciente que fiz e sabendo que errei

Bem, mal
Amor, paixão
Forte, fraco
Alegria, solidão

Seu bem, meu mal
Meu amor, tua paixão
Chegou muito forte
No fraco do meu coração

Treva, luz
Um brilho na escuridão
Que pinta de alegria
A minha solidão

É tanta pessoa
Que repudia o passado
É como um grito cansado
Que na mente ressoa

É tanta gente
Que espera o futuro
E se depara com um muro
Sem presente

E é tanto tempo pro que a gente era

É tanta dor e é tanta saudade...

sexta-feira, outubro 06, 2006

Explanation

Faço versos pra enfrentar meu mundo...
O meu verso é meu 38.
Todo mundo tem o seu 38....

Eu me calo pra me proteger das pessoas....
O Meu silêncio é o meu buraco.
Todo mundo tem o seu buraco...

Seu carinho me consola...
Ele me dá força, e me protege
O seu carinho é minha cachaça...
Todo mundo tem a sua cachaça...

terça-feira, julho 25, 2006

Um Milhão de Uns

Um nome
Escrito na areia
Da praia, numa noite de lua
Cheia...

A vontade
Encoberta no escuro
De uma sombra que qualquer luz
Clareia

Sou esta vaga pendente
Eu sou o papel do presente
Essa estrela cadente
Um deus carente
De atenção

Eu tento ser melhor do que sou

Pra mostrar a todos
Que não sou tão inútil quanto pareço ser...

Um dos olhares indigentes
O sorriso mais comum
Só mais um, em um milhão
Em um milhão de uns

quarta-feira, julho 12, 2006

Poema pra mim ^^

Porque?
Porque você chora assim?
Porque quer fugir de mim?
Pretende ir embora?

O
Tempo vai te dizer
O porque de você sofrer
Aqui e agora

Vê?
No Azul dos meus olhos
Os seus olhos vermelhos
Me faz seu espelho

O que
Você já não teve que suportar
Quantas contas não quis pagar
Pra cair de joelhos

Você
Que cresceu demais pra sonhar
Que perdeu demais pra lutar
Foi um tiro certeiro...

Vem
Me abraça se precisar
Eu não vou te fazer chorar
E eu vou te redimir...

Meu
Perfume vai te cegar
E o meu colo te aconchegar
Pra você dormir

Você
Não precisa vencer a Deus
Pra mostrar aos amigos teus
De que tem valor

Também
Não precisa se apaixonar
Eu só peço pra se lembrar
Que o mel tem sabor

Eu
Quero, posso, e vou conseguir
Eu não vou te deixar partir
Se contigo eu não for

E o que
Você precisa saber
Eu prometo, vou te dizer
No seu cobertor


Eu vou te fazer feliz
E então vai criar raiz
No campo da dor

E você
Voltará então a acreditar
Quando desta raiz brotar
Um carvalho de amor

sexta-feira, maio 26, 2006

A vida passada
O tempo perdido
A palavra falada
Perdeu o sentido

Uma casa largada
Um bilhete não lido
A vida na estrada
Um poeta esquecido

Antecipa um final
Por um caminho secreto
O seu silêncio mortal
E o seu poema incompleto

segunda-feira, março 27, 2006

Coisas que a gente só vê
Coisas que só a gente vê
Coisas que a gente só sente
Coisas que só a gente sente
Coisas que a gente só vive
Coisas que só a gente vive
Coisas que a gente só fala
Coisas que só a gente fala
Coisas que a gente só ouve
Coisas que só a gente ouve
Coisas que a gente só aguenta
Coisas que só a gente aguenta
Coisas que a gente só sabe
Coisas que só a gente sabe
Coisas que a gente só lembra
Coisas que só a gente lembra
Pessoas que só a gente ama
Pessoas que a gente só ama

A gente não é louco,
A gente só é só.

Coisas que a gente só quer
Coisas que só a gente quer

Coragem

Amanheceu
Mais uma vez... as
Águas, do rio,
Voltam para o mar
Esperamos que a
Lua, venha nos acalmar
Encantado, encantador
Não é difícil
Compreender. Aprender
Amar alguém
Não é difícil
Tentar fazer
As vezes, um sentimento,
Dura tempo (muito tempo)
Outras vezes, ele é
Rápido (muito rápido)
As vezes para esquecer,
Leva tempo (muito tempo...)
Inesperadamente, nós sonhamos, e
Lembramos
Inevitávelmente
Acordamos...
Esquecemos...
Vivemos
Onde estamos
Como estamos
E crescendo.

segunda-feira, março 20, 2006

Homem de Pedra

O homem de pedra
Procura ser são...
A bela escultura de Pedra Sabão...

Ele ouve o que eu digo
E nunca estende sua mão
Ele é mais solitário
Que a solidão

Ele espera entender
Porque tanta ilusão
E também aprender
A lidar com o coração

Seu rosto parado
Sem nenhuma ação
Sem sentimento
Sem ódio ou razão

Mesmo assim ele chora
Pelo ardor da paixão
Que sequer foi embora
Sorte ou intuição?

Mas agora não importa
Uma lágrima brota
Sem aparente razão

E ela, com calma
Lava a minha alma
Com pedra sabão

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Sem Nome (proj)

Além do que ficou no meu coração
Eternas cicatrizes e overdoses de razão
Você deixou também pra mim
Muito tarde esta canção...

Sem nome...

Além do orgulho e da alegria
De uma lembrança boa, e uma fria
Seu descaso com o amor
Me deixou uma poesia.....

Sem nome

Desacato e esquecimento
De um amor que muda em um momento
Meu peito vazio, meu olho seco
Lembram do teu sentimento...

Sem nome...

*Não paguei a globo.com ainda... mas continuo firme por aqui (de vez enquando) no orkut, msn, e nos blogs paralelos também

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Soneto #1 (Tentativa De)...

Como é que se faz,
Com que encanto ou que magia,
Eu transformaria o medo em paz
E a solidão em alegria

Como uma verdade
Pode se transformar em tamanha mentira
Como, o que seria cumplicidade,
Agora é a distância por que cora a face ferida

Em que pó exposto ao vento
Em que volúpia de momento
Poderiamos confiar

Que nome escrito na areia
Que sobra, que uma luz clareia
Não deixa nada para se lembrar...

domingo, fevereiro 05, 2006

Faria

Eu iria sim,
se me achasse mais livre
Eu ficaria por lá,
se pensasse que não iria fazer falta
Eu não voltaria de lá...
se soubesse que você não sentiria saudade...

Eu pularia de um abismo,
se eu achasse que poderia voar
Eu morreria sorrindo,
se eu não soubesse que você ia chorar
Eu ficaria sozinho..
se eu achasse que você viria me procurar

Eu até gritaria,
se alguém fosse me ouvir
Eu até ficaria,
se eu soubesse que faço falta
Eu iria aí,
se não fosse tão ruim voltar...

Eu te abraçaria,
se você fosse gostar
Eu te beijaria,
se achasse que você fosse me beijar
E eu até te amaria,
se eu achasse que você fosse me amar

sábado, fevereiro 04, 2006

Caminhar, e esquecer

Responsabilidade, Amizade, Qualidades Únicas E um tanto Longíncuas...
Preciso Rir e Esquecer, Crescer e Iludir... Só assim Ouvirei,
De uma vez, E não vou me calar.
Você, será que Ouve o que digo? não...? muito bem, eu ainda posso Caminhar... e Esquecer...

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Rain Dance

Chuva!
A água que cai na rua!
Pobre do ser, qe fica na sua
Debaixo da água da rua!

Rua!
Dos homens que seam na chuva!
Pra que se esconder? tentar não chorar?
O pior já vai passar!..

Lua
Que chora o seu choro na rua
A chuva do dia, o choro da noite
Um poeta e a sua agonia

Sua...
Canção foi cantada pra lua
E nos dias, de noite
A esperança, um açoite
Em que a dor é a dança da chuva...

Pequenino (Aline)

Do que foges pequenino?
Parece-me assustado...
Aproxime-se
Aqui tu és querido
E não odiado.

Venha...
Dê-me um abraço
Seu corpinho extenuado
Que depressa é resguardado contra ao peito.
É afagado com carícias
Acalma-te
Que lhe espanto o medo.

Pequenino...
Ah pequenino...
Pegue esse lenço
Enxugue seus olhinhos
Brilhantes...
Reluzentes...
Empoçados...

Vamos brincar pequenino...
Deixe a tristeza um pouco de lado
Respire fundo
Se é distante a calmaria...
Pra que pressa?
Pequenino...
Se você ama tanto, mas não é amado?
Pequenino...

Sem' Nome

Um motivo de verdade..
Mais amor que caridade
Meu tostão de realidade
Ostentando uma vontade
Traindo a irmandade
Inventando felicidade
Violando castidade
Omitindo, quando sim, essa verdade...
Me leva de uma vez pra sua vida
Esquece que ela foi ferida
Me poupa de uma despedida
Agora, fala, e será ouvida
Navega sem remorso no mar de beijos
Transita sem rumo nestes espaços
Eleva-se ao perfeito
Vive tranquila entre os meus braços...
Eu aprendi a cantar
Uma vez, quando quiser saber
Me desafia a fazer calar, o
Sentimento que te fez sofrer
Ora eu vejo que só quer amar
Respeito o jeito de você viver...
Recita
Inspira
Sossega
Ou grita
Quebra um coração
Unifica um sentimento
Elabora uma canção
Devolve um defeito
E se perde na paixão
Leva junto o estrago feito
Esse veneno que corre em mim
Veio de ti, do teu olhar
Ele não mata, não assim
Mata apenas se eu deixar levar
Esquece que a vida vive à toa
Leva o triste numa boa
Espanca! Se quiser, uma pessoa... mas
Volta, vem comigo.. e depois voa...
Olha o que vale a pena
Unica coisa que te importa
Faz brincar com todo o resto
Ouve o choro e fecha a porta
Inquieto e feliz
Você me fez querer dançar
Olhar pra dentro de você
Caminhar no seu olhar
E sinta-se à vontade
Se quiser cantar
Imagina que é tarde
Mas você não quer voltar
Olha pra realidade, toma conta do teu ar...
Na verdade, eu vim dizer:
Eu estou aqui, e amo você